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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Dia Internacional de Eliminação da Violência contra as Mulheres... 25 de Novembro... e no Desporto, ela manifesta-se como?


(crónica de Sofia Loureiro)


Dia 25 de novembro é desde 1999 a data escolhida pela ONU, para alertar e sensibilizar as pessoas, as comunidades e toda a sociedade, para uma das piores e persistentes formas de violência em todo o mundo – a exercida sobre raparigas e mulheres. Estima-se que uma em cada três pessoas do sexo feminino sejam vítimas de uma qualquer forma de violência.

Englobam-se aqui todas as formas de violência, desde os maus tratos e agressões físicas, psicológicas, económicas, sexuais, mas também culturais e estruturais. Discriminações e crenças que permitem que ainda hoje metade da população mundial, seja em grande parte sujeita a inúmeras formas de desrespeito pelos mais variados direitos humanos.

No desporto como é que isto se manifesta? Sobre várias formas de discriminação e desrespeito pelo princípio da igualdade. Quando a muitas raparigas e mulheres em todo o mundo, lhes continua a ser negada ou dificultada de forma subtil, a oportunidade de mostrar o seu mérito como atletas ou em qualquer profissão ligada ao desporto. Alguns exemplos… o caso das raparigas/mulheres que tentam singrar no desporto associado ao sexo masculino, nomeadamente no futebol e no boxe? Como treinadoras? Na arbitragem? Nas direções dos clubes desportivos? Nas federações?

Mas mesmo as raparigas e mulheres que vão conseguindo singrar nas suas modalidades, as vitórias alcançadas são geralmente menos valorizadas pois ainda competem num meio onde os homens têm um maior protagonismo, vencimentos mais altos (quando existem…) e prémios mais elevados.

Também os media dão muito menor visibilidade às competições femininas e de forma mais grave ainda no que respeita aos atletas paraolímpicos, mas isso ficará para uma outra crónica. É claro que felizmente tem havido algumas mudanças e muito se tem feito no panorama local, nacional e internacional, mas até se atingir a plena igualdade de direitos, de oportunidades e de resultados há um longo caminho a percorrer. A discriminação revela-se e manifesta-se hoje em dia nas baixas taxas de participação das raparigas e mulheres no desporto em geral, mas em principalmente em determinadas modalidades ainda dominadas pelos estereótipos de género. As mulheres têm sérias dificuldades em projetar e construir uma carreira desportiva a que se dediquem exclusivamente e cabe a cada um/a de nós pensar e agir para que estas mudanças sejam mais ágeis e mais efetivas. Aproveite estes dias… para começar a fazer diferente.

Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em  Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto 
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva

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